Exaltação
Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal.
# Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a mais considerada pelos milhões de espiritistas do Brasil. E muito estimada inclusive por milhões de outras pessoas não-espiritistas.
# Principal motivo e base de toda a exaltação propagandística: além de inumeráveis bilhetes e breves mensagens, 419 livros psicografados. Nenhum autor brasileiro tem tamanha produção. Entre 8 a 11 livros por ano. A Federação Espírita Brasileira (FEB) e outras entidades espiritistas publicam sistematicamente esses livros traduzidos em oito idiomas, inclusive japonês, árabe... e esperanto, distribuindo-os por mais de 40 países. No Brasil, 25 milhões de exemplares vendidos.
# Acrescenta-se, para a admiração popular, que “Chico” cedeu todos os direitos autorais a diversas entidades espiritistas de atendimento aos pobres.
# A organização de propaganda espiritista apresentou pessoalmente Chico Xavier, com seus livros, por diversas cidades de Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália e Portugal. Uma das mais destacadas conseqüências práticas dessas viagens foi a fundação do "Christian Spirit Center", em Ellon College, Carolina do Norte.
# Em numerosos jornais e revistas foram publicados e repetidos sem cessar grandes elogios à psicografia de Chico Xavier: “Os poetas de que ele é intérprete, apresentam as mesmas características de inspiração e de expressão que os identificavam neste planeta”. “Anos após a sua morte, é dado encontrar-lhe novamente as idéias e o estilo”. “Não atraiçoou poeta algum, pois todos se apresentam realmente como eram em vida”. “Ninguém que haja lido assiduamente os escritores em questão, deixará de reconhecê-los integralmente nas poesias ou livros psicografados”. Apregoam que inclusive o grande crítico literário Agripino Grieco reconheceu nas psicografias de Chico o inconfundível estilo de Umberto de Campos... “Se o homem produziu tudo aquilo por conta própria, então ele pode ocupar quantas cadeiras quiser na Academia”. Etc.
A propaganda espalha pelo Brasil inteiro (e sem tanto êxito em muitas outras partes do mundo), a pergunta: “Como é possível que um ignorante e iletrado seja capaz de escrever tudo isso e em diferentes estilos?”.
A realidade é muito diferente