Felizes os mansos (Mt 5,4)
O reúno dos céus sofre violência e violentos se apoderam dele (Mt 11,12)
A cristandade tomou a tarefa de encorajar a própria virtude para o progresso humano. Segundo o filósofo alemão [refere-se a Nietzsche] que lançou abertamente esta acusação, o progresso só pode ser natural, seja no procedimento, sem em finalidade.
A natureza, como todos sabem, não tem a mínima noção do perdão, da compaixão, da ternura; ao contrário eleva-se das mais baixas para as mais altas formas, valendo-se de forças opostas. A gazela ferida não encontra proteção junto a seus companheiros. O velho lobo, incapaz de defender-se, fica ferido esperando a morte. O leão doente esconde-se e morre faminto: todos esses instintos, adverte o filósofo, tem por objetivo o gradual e aperfeiçoamento da raça, com a eliminação dos mais fracos. Assim deveria acontecer entre os homens. Porém, o cristianismo protege deliberadamente os fracos, construindo hospitais, procurando preservar aqueles que a natureza eliminaria; mostra-se inimigo da raça humana, e impede eficazmente, mais que qualquer outra religião, a vinda daquele super-homem, o qual a natureza busca desenvolver.
Não é de admirar, que pregador de uma semelhante doutrina, tenha acabado seus dias em um manicômio.