(Bunker Suburbano) | Tive hoje a oportunidade de assistir o filme “João XXIII - O Papa Bom”[1], eis o roteiro: uma Igreja velha e ditatorial; uma cúria ranzinza a perseguir injustamente os pobres modernistas arautos das novas ideias; um “Papa Bom”; um concílio revolucionário; e no fim, colocadas na boca de Ângelo Roncali uma mensagem irenico-ecumenico-novordista: <é preciso unir as religiões em prol da paz mundia>; faltou só a bandeirinha da ONU ondulando no final ao som de Imagine e teríamos um perfeito panfleto da Nova Ordem Mundial.
Se fosse mais bobo, não conhecesse história e, sobretudo jamais tivesse visto um modernista pessoalmente, poderia ingenuamente engolir essa historinha; quem sabe talvez se tivesse visto esse filme na minha adolescência lá com 14-15 anos; mas hoje não!
O pobre Nicola “injustamente” perseguido (ao menos é o que o filme diz) pode parecer simpático e inofensivo, mas os modernistas com quem convivi, apesar do sorriso igualmente simpático, destilavam seu veneno entre uma e outra risadinha, negando cada uma das verdades de Fé. Já ouvi negarem a ressurreição de Lázaro; já vi criarem um cânon dentro do cânon mutilando as Sagradas Escrituras para tentar encaixá-la em suas sandices; já vi negarem inclusive que Cristo fosse o cumprimento das profecias judaicas dizendo eles ser uma “forçasão de barra” dos evangelistas. Diante de tudo o que vi e ouvi da parte desses perversos hereges (o que não é nada comparado ao que clérigos como Dom Lefebrve devem ter presenciado) sou inclinado a pensar que a “perseguição” aos modernistas que é retratada no filme foi muito branda. Definitivamente os modernistas não são coitadinhos perseguidos injustamente pelo poder eclesial como propagandeia esta película! Os modernistas são apóstatas, teólogos da corte, empregadinhos dos donos do poder no mundo. Não são coitadinhos oprimidos, mas servos do poder, do poder mundano. Basta ver como a mídia maçônica e laicista ataca violentamente os guardiões da ortodoxia enquanto joga confetes em cada teólogo “moderninho”, como personagens como Leonardo Boff e Frei Beto estão sempre ás voltas nos círculos de poder, a serviço do PT, da ONU da Revolução.
Vamos então redesenhar o cenário de acordo com a realidade: não temos os pobres modernistas oprimidos por uma Igreja ranzinza e autoritária; na verdade temos a Igreja de Cristo a incomodar o mundo, como o fez o seu mestre; e temos agentes do mundo infiltrados na Igreja, sucessores de Judas Iscariotes, a vender seu senhor aos donos do poder.
Igualmente escrita sob medida pelos donos do poder esta a mensagem do final do filme: . Exatamente o que querem os globalistas; a criação de uma ONU das religiões, uma religião global, que dê o fundamento moral para um governo mundial.
E com tão escandalosa panfletagem, o total silêncio da crítica católica. Continuo eu, perplexo, a esperar o dia em que teremos no mundo da crítica cultural católicos verdadeiramente competentes. Até lá, resta este blogueiro provinciano a quebrar o galho.
Obs. Que fique claro que o alvo da crítica é o filme “João XXIII: O Papa Bom” e não a figura do Papa João XXIII, recentemente canonizado, cujo qual confesso que pouco conheço de sua biografia para ser capaz de dizer qualquer coisa a respeito.
[1] João XXIII – O Papa Bom, disponível em <youtu.be/ruoVbd3Dsfg>