Época de Transição
por Dom Henrique Soares (via Facebook)
Pense um pouco.
Não! Pense muito!
Vai ficando cada vez mais difícil fazer o mundo compreender a moral cristã. Trata-se de um modo de viver e de compreender a existência que somente tem sentido a partir de um encontro com o amor exigente de Deus, revelado em Jesus Cristo. Sem isto, é impossível que se compreenda as exigências do ser e do viver cristãos.
Ora, este é o drama atual. Vivemos uma época de transição. A nossa cultura, inspirada outrora no cristianismo, vai se tornando ateia, com uma mentalidade relativista, que gera a moral do faça-você-mesmo. Neste horizonte, as exigências e costumes inspirados no cristianismo parecem tabus arcaicos que devem ser refutados e superados.
É verdade que a Igreja pode e deve protestar contra essa tendência, pois muito da moral cristã é também moral natural, isto é, aquela moral que pode ser percebida por todo homem de boa vontade, que use retamente sua razão.
Por exemplo: a defesa da vida, contra crimes contra o aborto e a manipulação genética; a defesa da família, contra a tentativa de fazer passar ideias e leis que a desfigurem, degenerem, etc.
A Igreja não deve se calar sobre isto sob pena de covarde omissão...
Mas, mais que protestar, a Igreja deve propor.
Primeiro, propor Jesus Cristo, de modo a encantar, a atrair e comover os corações.
E isso não é uma questão de resultados de massa, mas de encontro livre e imponderável entre o chamado de Deus pela voz da pregação e a resposta livre e generosa do homem.
Em segundo lugar, deve propor a todas as pessoas de boa vontade um modo de ver a existência baseado no respeito à vida, na solidariedade, na simplicidade no uso dos bens materiais, no cultivo de valores que ultrapassem a pura ânsia de ter, de poder e de prazer...
Trata-se de um caminho que somente se pode percorrer quando não se tem a ânsia do sucesso, mas simplesmente a serenidade de quem sabe que propõe a Verdade que humaniza e liberta.
Quem dera que a Igreja e os cristão compreendam sempre mais essa realidade!