domingo, 23 de agosto de 2015

Caprichos e Modas - A. Wilson


Caprichos e Modas
Trecho do Livro: "Reconciliação e Paz" de A. Wilson.


O que os modernos chamam de 'instinto do branco' tem uma influência não pequena no encobrimento de nossas culpas. Somos por natureza seres sociais, e por isso, inevitavelmente e com direito, sensíveis ao que os outros dizem de nós. O medo de perder o 'cartaz' é um dos mais fortes motivos do comportamento humano. O desejo da estima é um estímulo forte, e quando regulado pela razão é bom e construtivo. Mas esse mesmo desejo de estima pode conduzir, quando não controlado pela razão, por excesso, a uma demasiada imposição, jactância e exibição; e por defeito, ao medo de parecer estranhos, singulares, diferentes.

Geralmente o instinto social nos dispõe a pensar, ou melhor a não pensar, mas apenas aceitar cegamente as ideias e os costumes que dominam a opinião pública. As ideias aceitas pelos que nos circundam, muito facilmente são consideradas boas também por nós; ficamos impregnados inconscientemente e quase sem perceber nos adaptamos a elas.

O temor de ser considerados estranhos ou de mentalidade estreita, antiquados anacrônicos e ignorantes, pesa gravemente sobre as nossas convicções, sobre os nossos sentimentos e sobre a nossa conduta, e é uma das principais causas da cegueira espiritual, como também da pouca eficiência das forças católicas. Num mundo organizado segundo princípios ateus, é natural que um católico, que não tenha a coragem das próprias convicções, deva muitas vezes parecer a si mesmo estranho e desarrazoado. Para ser fiel aos seus princípios, num mundo como o de hoje, um católico deve ser bem iluminado, vigilante e rico de coragem moral.

Por falta de suficiente leitura espiritual, meditação e oração, muitos católicos aceitam sem reagir as medidas e os valores do mundo e ficam contaminados por seu espírito. Segue-se daí que não se distinguem dos outros, senão talvez no domingo de manhã, e como cristãos não exercem nenhuma influência na sociedade. O mundo precisa de outros Cristos, não só de cristãos de nome e devoção, mas cristãos de mentalidade e de princípios, fundamental e evidentemente diversos de quem não é cristão. Dedicar-se ao esforço de se tornar semelhante a Cristo é uma obrigação e não uma excentricidade ou uma presunção piedosa. 'E assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que possam glorificar vosso Pai que está nos céus. Eu vos dei o exemplo para que façais como fiz.' Se não procuramos tornar-nos semelhantes a Cristo Jesus, faltamos a nosso dever. Ser cristão na realidade e não só de nome, significa ser imitadores de Jesus Cristo. Não podemos seguir os dois caminhos. 'Quem não está comigo está contra mim.' Se não damos sinais que orientem os outros para Cristo, afastamo-los de Cristo e prejudicamos sua obra. Nossas mesmas fileiras devem ser primeiro levadas, se quisermos influir no resto do mundo. Graças ao espírito mundano, muitos católicos aceitam todas as culpas do próprio ambiente, com uma 'sublime' inconsciência da sua traição.

Nossa educação, orientada modernamente, tirou, por exemplo, do dicionário as palavras 'respeito' e 'reverência' e muitas vezes não se faz a mínima tentativa de praticar essas cortesias mesmo entre os católicos. Demonstrar, por exemplo, respeito e reverência aos pais, aos sacerdotes e superiores, como depositários da autoridade de Deus, é coisa que o mundo considera anacrônica e de 'pouco espírito'; e assim também os católicos usam uma desenvoltura de gosto dúbio e deixam muito a desejar em fato de educação.

Em geral as regras do código moral mundano são 'o que se usa e o que não se usa'. E as diversas classes têm as suas convenções particulares que raramente são as de Jesus Cristo.

(...)

O Heresiarca Lutero

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