segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Cardeal Pie - Felipe Lutosa

Se você, católico, não sabe quem foi Louis-Édouard-Pie, você não sabe de nada.

Louis-Édouard-Pie (1815-1880), bispo de Poitiers, na França, posteriormente agraciado com o cardinalato, foi a figura de maior brilho e gênio da Igreja no século XIX. Um homem verdadeiramente admirável. Um dos grandes varões que a Igreja produziu em toda a sua história.

Combateu incansavelmente, com o seu gênio, sua eloquência, sua verve e sua astúcia, todos os erros modernos, o racionalismo, o panteísmo, o naturalismo, o filosofismo, o modernismo, e, especialmente, o liberalismo e todos os seus princípios funestos. Esta última praga, no tempo do Cardeal Pie, já tinha contaminado grande parte dos católicos, leigos e sacerdotes, e expandia o seu alcance a cada dia. Esta heresia maldita encontrou nas cartas apostólicas, nos sermões, homilias e discursos do Cardeal Pie um poderoso antídoto contra todo o seu veneno mortal.

A fidelidade do Cardeal Pie à Igreja, num tempo em que muitos do clero começavam a apostatar para as fileiras do liberalismo e do modernismo, para os ideais que inspirariam o Concílio Vaticano II, rendeu-lhe perseguições, desprezo, calúnias. No entanto, jamais esmoreceu. Empregou a maior parte do seu gênio para promover o Reinado Social de Jesus Cristo, numa época em que o laicismo progredia com ferocidade, impulsionado pela sinagoga de Satanás, também conhecida como franco-maçonaria. Os escritos e discursos do Cardeal Pie sobre a Realeza Social de Nosso Senhor não encontram equivalente.

A Encíclica Quanta Cura, bem como o Syllabus, ambos de Pio IX, foram elaborados inspirados nos escritos do Cardeal Pie. O dogma da infalibilidade papal, proclamado pelo Concílio Vaticano I, teve o Cardeal Pie como um de seus maiores promotores. Foi em virtude de tão admiráveis serviços prestados à Igreja que o Papa Leão XIII o agraciou com o cardinalato.

O Papa São Pio X tinha os livros do Cardeal Pie como leitura de cabeceira. Eram os seus livros prediletos, mal passava um único dia sem ler algo deles. Considerava o Cardeal Pie como o seu mestre. Em uma ocasião solene, comparou o Cardeal Pie a Santo Hilário de Poitiers, declarando que este havia sido um campeão da Igreja na luta contra a heresia ariana, enquanto que aquele tinha sido um campeão da Igreja na luta contra as heresias modernas.

O Cardeal Louis Billot, considerado um dos maiores teólogos dos últimos séculos, co-autor da Encíclica Pascendi, de São Pio X, também considerava o Cardeal Pie como um mestre. Escreveu sobre ele, na ocasião do centésimo aniversário de seu nascimento: ''O Cardeal Pie foi uma grande personalidade. Agora mais do que nunca, nesta batalha travada entre a Igreja e a Revolução, ele permanece o homem que domina a situação. Ele é uma luz, um porta-estandarte, um líder digno de um posto de honra entre aqueles pais de nossa geração que devíamos louvar, cujos conselhos devíamos seguir, cujo exemplo devíamos imitar e em cujos ensinamentos devíamos meditar. Se a ambição de nosso coração é servir à sagrada causa de Deus e Sua Santa Igreja nos tempos conturbados em que estamos vivendo, podemos tirar proveito de nos colocarmos na escola desse mestre'' (Bulletin Catholique da diocese de Montauban, de 2 e 9 de outubro de 1915, pp. 339, 342).

O Cardeal Pie foi o autor de um dos mais espetaculares sermões que eu já li na vida, comparável aos mais incríveis sermões dos imortais Doutores da Igreja: O sermão ''A Intolerância Católica'', tão extraordinariamente instrutivo e essencial para o nosso tempo que devia ser afixado nos murais de todas as igrejas, paróquias e seminários do universo.

Ah! Se tivéssemos um Cardeal Pie na Igreja, atualmente! Meu Deus! O que aquele homem, sozinho, não conseguiria fazer em proveito da Fé!

- Felipe Lutosa (via Facebook)

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